Artigo


 Escrever é um desafio
 Por Ermaela Cícera

"Jornalismo é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão da imagem". Eu faço minhas os versos de Clóvis Rossi, jornalista da Folha de São Paulo, para ilustrar o que produz minha mente.

Dar início a qualquer texto é um grande desafio para os jornalista, como  também para aqueles que primam pelo ato gratificante de escrever. Aqui nesse espaço humilde, porém bastante significativo e considerável de várias maneiras me empenho em tecer algumas palavras sobre como escrever para o Jornalismo.

Antes de tudo é preciso ler , eu particularmente não tenho relações próximas com clichês, todavia me vejo obrigada a utilizá-lo o momento é oportuno confesso. Então quero dizer "quem lê bem, escreve bem" para se produzir bons textos, quando digo bons não me refiro aqueles com linguagens rebuscadas e complexas, é necessário a leitura em diversos níveis.

Quando se lê um texto jornalístico o que se busca é uma compreensão clara e coerente de todo o conteúdo. Assim, o jornalista precisa desbrarvar com coragem o mundo da leitura de História, Economia, Português,  Geografia,  Literatura, Estatística (os números não devem estar alheios ao entendimento dos profissionais da mídia) dentre outros assuntos atuais que forneçam solo produtivo para oa seus textos.

Além disso, a adequação do texto a cada tipo de veículo midiático é extremamente importante, o rádio, a televisão, o jornal impresso e a internet  possuem linguagens específicas e devem ser respeitadas. Cabe ao profissional em sua rotina produtiva entender tais modalidades e com criatividade e originalidade pôr em prática tais regras.

Por isso, se utiliza muito na academia manuais de redação  como o da Folha de São Paulo, cujo conteúdo auxilia em muito na hora de escrever. A arte que está contida na palavra se entrelaça ao cotidiano do jornalismo de qualquer veículo. No rádio ouvimos, na televisão ouvimos e vemos, no impresso é o reino da palvra escrita é por excelêcia seu local de origem.

Escrever e reescrever aprimora as capacidades do jornalista para que ele seja embebido com o prazer de redigir um texto do próprio punho ou mesmo no computador como é bem mais comum atualmente. Mas, sempre  é bom lembrar que o exercício de leituras constantes são uma peça fundamental no processo de  produção jornalística.

Então vamos ler e praticar a  nossa  apreensão de conhecimento, porque é o nosso saber que nos fará diferentes e um profissional que mereça destaque tem que ter uma carga de conteúdo rica. Assim, sair do lugar-comum e alçar grandes voos no mundo da boa escrita é um verdadeiro desafio a ser enfrentado por aqueles que se propõem a escrever de forma admissível e prazerosa.

 
  


Identidade
 
Émerson Andrade

Aquela velha pergunta comum aos estudiosos da cultura: O contato da cultura local com a globalização acarreta algum prejuízo à mesma? Creio que pode ser respondida ao observarmos as mudanças ocorridas nas nossas tradicionais festas de padroeiros que ainda são comuns nas cidades do interior. Mas que diferente dos grandes centros urbanos desse mesmo interior provoca uma verdadeira mudança nos âmbitos de vida dessas pequenas cidades que muda em torno do período dessas festas, a exemplo basta olhar a tradicional e secular festa da luz da cidade de Guarabira no interior paraibano. 

Como a maioria das festas de padroeiro, a festa da luz ainda desperta a atenção e muda o âmbito da vida na pequena Guarabira que já não é mais tão pequena assim com seus mais de 55 mil habitantes, assim, o crescimento da cidade pesou e influiu na alma da festa. Hoje embora ainda traga vestígios de seus traços originais, a festa não é mais aquele evento de encontro de famílias que se reuniam após o ano novo, que hoje em nosso português falsificado virou Réveillon, para comemorarem, se é que se pode falar em comemoração, a despedida dos entes queridos para o sul, destino de muitos nordestinos em busca de trabalho.

O contato com outra cultura foi prejudicial à identidade cultural nordestina e essas festas são um bom exemplo, primeiro nosso mais rico símbolo de identificação, o Forró, foi transformado face os anseios da juventude em busca de algo mais moderno. Assim o pífano foi substituído pela “metaleira” e o ritmo perdeu, eu diria, sua originalidade; tudo bem que precisamos evoluir, afinal como nos diz Barbero, é impossível que uma cultura se desenvolva sem ter contato com outras e o chamado período helenítico é um exemplo do que acontece quando culturas distintas entram em choque. 

Se a cultura nordestina não evoluísse ela iria morrer e isso não é surpresa pra ninguém, a questão é que a autenticidade desse nosso riquíssimo folclore está sendo perdida diante de tal evolução.  Hoje parece que nosso forró é uma imitação do Rock e até de música eletrônica, a exemplo de algumas bandas que andam por aí tocando os chamados “remixes” de cantores (as) como Lady Gaga e outros. Cá entre nós, o que isso tem a ver com o nosso povo e sua identidade? É impressão minha ou a vida pós-moderna esta deixando nossa juventude embebida com um péssimo gosto musical?

O chamado Forró das antigas é um bom exemplo de como podemos evoluir sem perder nossa identidade, pois esses grupos de música começam intitulando-se com nomes de comida e frutas regionais, um propósito bastante inusitado, mas interessante. Além do que, embora essas bandas musicais tenham incorporado instrumentos elétricos e de outros ritmos ao seu conjunto, mantiveram os instrumentos originais do forró, Zabumba, Triângulo e Sanfona.

O problema com as bandas de forró começa quando os grupos começam a se intitular com nomes “sem pé nem cabeça”, a exemplo de Aviões do Forró, ou Garota Safada. Que tal, Forró dos Plays, aliás o que é um Play? Aliás, alguém pode me dizer por que Aviões é o título de um desses grupos. 

Assim, vão surgindo mais e mais grupos que de nordestinidade não trazem nada, mas sim uma verdadeira pornografia cantada, estímulo ao consumo de álcool, e a prostituição, alguém por exemplo já deve ter ouvido uma música intitulada “Chamem Bina” de uma banda chamada Forró Pegado, a música se é que podemos chamar de música aquele conjunto de barulhos esquisitos, vozes, instrumentos e gritos de um cara que fica gritando “isso é FORRÓ pegado”. Pois bem creio eu que tal “música” é ponto culminante da imbecialização ao qual chegou nosso forró, e o pior é saber que existem músicas mais imbecis que esta.



A comunicação dos segmentos populares como instrumento para a educação cidadã

Evellyn Lima 

A comunicação é algo inerente a todos os indivíduos, que se constituem como um ser social, pois a sociabilidade apenas se adquire por meio de processos comunicativos. A comunicação social se apresenta de forma legítima como a área do conhecimento que se volta para as questões que envolvem este processo. Por ser uma área abrangente do conhecimento, ela permite divisões por ramos de estudos, sendo uma delas a comunicação comunitária.

Realizar e fazer acontecer a comunicação comunitária somente é possível se todas as preocupações olharem em direção à comunidade, compreendendo as suas necessidades, as suas características, a sua cultura. Nesse contexto, para ampliar o universo de estudos nessa direção, em 1967, o pesquisador Luiz Beltrão, defendeu a tese da Folckcomunicação, que poderia ser entendida como o estudo da difusão das manifestações da comunicação popular, nas suas excentricidades, e do folclore nos meios de comunicação de massa.

Em todos os segmentos comunitários é possível observar manifestações que refletem fielmente os seus valores, os seus costumes, a as crenças de determinado grupo social, que por meio das expressões populares procura preservar o que forma e garante a sua identidade social. A mídia, portanto, tem o papel primordial de valorizar e privilegiar em suas pautas aquilo que é produção do povo, pois esse mesmo povo, é o seu público principal. É necessário mostrar para eles, o que é deles. Trazer para a mídia, os protagonistas sociais, pois assim, o processo de identificação com os meios de comunicação é facilitado.

Enquanto, buscou-se fugir dessa perspectiva de evidenciar o local, os seus protagonistas sociais e a sua produção, o futuro de alguns meios de comunicação, como o jornal impresso, só será provável se os agentes da comunicação começarem a compreender, aceitar e incorporar nos seus processos de produção redacionais o conceito de jornalismo de proximidade,onde os acontecimentos e a realidade que tocam mais diretamente a localidade natal do jornal é privilegiado em suas páginas.

Beltrão valoriza/supervaloriza o princípio do “bem comum”, tratado por várias vezes em sua obra Introdução à filosofia da comunicação (1960). Aplicar à pratica do jornalismo e à sua rotina de produção nas redações, a política do “bem comum”, colocando os assuntos comunitários e os protagonistas da comunidade em pauta nos jornais impressos, é uma forma de dar ao jornal um ar de preocupação com o bem da comunidade e valorizar de forma séria e responsável os assuntos que permeiam o universo comunitário, e com isso, atrair os olhares de volta à leitura do jornal feito de tinta e papel. 
 
Os meios de comunicação exercem além de um papel informativo/provocador, uma função educomunicativa, onde é possível por meio desses canais,como por exemplo, o radialismo comunitário, possibilitar aos indivíduos o exercício da sua cidadania e despertar-los para o valor da educação. Estudar e trabalhar a valorização da identidade popular e cultural de um povo, trazendo as suas pautas para a mídia, é uma forma de educar para cidadania, pois os sujeitos cientes dos seus direitos e deveres, e com uma carga satisfatória de conteúdos úteis em seu dia a dia é possível vislumbrar mudanças positivas em suas comunidades e iniciar processos de preservação cultural. 

É notório, portanto, que quando trabalhados em um contexto educomunicativo, ou mesmo fora deles, as manifestações culturais são instrumentos válidos na formação educacional de um povo, pois as pessoas são levadas a pensar em outras perspectivas, como a cultural, através da qual o futuro pode ser sonhado e é algo palpável.



 
Aids: uma enfermidade física e moral
 
Ermaela Cícera

A conscientização e prevenção acerca dos riscos que as doenças sexualmente transmissíveis representam são essenciais quando o assunto em pauta é a luta contra a Aids. Desde os anos 80 quando foi descoberta a doença tem um alto índice de mortalidade de 20 milhões de pessoas no planeta. Uma das metas do Milênio da ONU (Organização das Nações Unidas) é a luta contra a expansão do vírus HIV até o ano de 2010. 
 
No dia 1º de dezembro por várias partes o mundo se comemorou o dia Mundial de combate a Aids, debates e campanhas foram fomentados, ainda mais, por conta dessa data. A doença é incurável tem como principal característica o ataque ao sistema imunológico diminuindo as defesas do organismo do portador da síndrome e podendo causar a morte. A luta conta o vírus do HIV é muito importante, pois milhares de pessoas pelo planeta são acometidas por essa mazela e sofrem preconceito por conta disso. 
 
Na luta contra o vírus HIV um dos pontos fundamentais é a prevenção. É com ações preventivas que se pode diminuir o número de pessoas contaminadas e para isso é necessário que as autoridades ligadas principalmente a saúde estabeleçam cada vez mais programas de controle e combate a doença. 
 
E também entrar em contato com as pessoas no geral que possuem vida sexual ativa, jovens, adultos, idosos para que sejam todos alertados dos riscos que a falta de proteção nas relações sexuais, o compartilhamento de seringas oferecem. Nessa questão da conscientização há muito a ser feito para que o vírus não se alastre e se diminua de forma significativa o número de casos. Desde campanhas educativas nas escolas, palestras, distribuição de preservativos, organização de grupos de soropositivos para alertar os possíveis infectados e muitas outras ações.

No Brasil, como em outros países, há várias campanhas de combate a Aids do Ministério da Saúde e um dos principais focos é dado as escolas públicas onde são realizadas diversas campanhas que visam explicar o que é e como age essa doença. Muitos resultados foram obtidos com as nossas campanhas como a redução da transmissão vertical, ou seja, a passagem do vírus da mão para o filho na gestação, assim, conseguiu se diminuir o número de crianças menores de cinco anos com o vírus. E ainda a facilitação do diagnóstico que agora está mais rápido o que facilita em muito o início do tratamento. 
 
Em 2011, o governo federal tem a pretensão de instalar máquinas de distribuição de preservativos em escolas públicas de Brasília, João Pessoa e Florianópolis. Essa iniciativa vem somar no combate ao HIV e mostra que o Brasil faz seu papel nessa luta. E o país é considerado um exemplo no 
tratamento da doença por proporcionar acesso gratuito aos medicamentos necessários aos doentes de 2003 a 2007 o número de casos reduziu em 8,6%.

Há em todo o mundo uma preocupação com a Aids, pois é um problema de saúde sexual que abrange várias questões relacionadas ao preconceito gerado pelo estigma do portador do vírus. Ser soropositivo não significa estar com a doença e condenada a morte, à medida que uma pessoa adquiriu o HIV e passa pelo tratamento adequado ela pode perfeitamente ter uma vida normal. Trabalhar, sair, namorar são atividades que podem ser desempenhadas por uma pessoa com Aids basta apenas que ela se trate com a medicação recomendada e será possível viver com qualidade de vida.

Um dos principais desafios enfrentados pelos soropositivos, além é claro da doença, é o preconceito enfermidade moral que assola os portadores do vírus. É preciso o debate e a discussão do tema para que haja o esclarecimento do que é e com age a doença para que as más informações não causem conclusões erradas por parte de quem contrai o vírus e também por parte da sociedade no geral. 




Mídias Digitais: A possibilidade comunitária


Ermaela Cícera
           
Um dos grandes desafios da comunicação comunitária é integrar os segmentos comunitários dentro das novas tecnologias de comunicação e informação. Com o desenvolvimento de técnicas cada vez mais avançadas e computadorizadas os meios de comunicação comunitários incorporam as novas formas de fazer a mídia nas comunidades. 

Os meios de comunicação mais utilizados para a realização da comunicação comunitária são o rádio a televisão e o jornal impresso, porém como já foi dito é necessário congregar os elementos oferecidos pelas novas tecnologias, como a internet, aos meios já existentes. 

Exclusões sociais, culturais e digitais estão relacionadas entre si à medida que o desenvolvimento de uma comunidade tem ligação direta com as manifestações culturais, com o nível socioeconômico e também com os avanços tecnológicos que ocorrem dentro do local.

Dentro desse contexto, a internet deve estar a serviço dos segmentos comunitários como um meio de obtenção e produção de informações úteis e objetivas sobre temas oriundos do meio comunitário ao qual atende. Assim, os profissionais que se empenham em fazer jornalismo comunitário também têm que adequar as suas técnicas de jornalismo on-line a suas produções jornalísticas. Pois, a incorporação do meio de comunicação internet implica adaptações por parte dos profissionais do jornalismo. 

Uma boa alternativa quando se fala em jornalismo comunitário e internet é a radiodifusão digital que permite que o rádio, tão popular dentro das comunidades, se insira no campo digital e traga benefícios para o desenvolvimento e crescimento efetivo da comunidade.

Outro ponto relevante nessa discussão é a questão sites e blogs que são ferramentas de fácil manuseio e podem dar uma significativa colaboração na comunicação comunitária. Por oferecer mais facilidades na hora de se postar notícias o blog pode ser utilizado pela população da comunidade como um portal de informações locais.

Na maioria das vezes é o público jovem que demonstra interesse pelas mídias digitais, de maneira que, integrá-los ao processo de produção de matérias através da internet pode ser um bom caminho para a efetivação dos objetivos da comunicação comunitária. Desse modo, um dos maiores desejos de quem pratica comunicação comunitária se realizaria, pois, quem faz a mídia comunitária quer dar autonomia a população para que assim ela possa crescer.   

Os profissionais do jornalismo bem como os alunos futuros jornalistas possuem nesse processo um papel fundamental de orientar a população comunitária para a produção de sua própria mídia digital. E ainda a interação com esse público proporciona uma série de descobertas e um mundo de possibilidades.

Pode se aprender técnicas de comunicação com os moradores que muitas vezes tem bastante a ensinar, e poder participar ativamente das atividades da comunidade levando nosso conhecimento adquirido em sala de aula é um prazer. A mídia digital prestando auxílio aos contextos comunitários só fomenta a ideia de que temos uma ferramenta de comunicação de muita potência para colaborar com o trabalho dos jornalistas, a internet.  

Por isso é imprescindível programas de inclusão digital dentro da comunidade como, por exemplo, a instalação de telecentros, a radiodifusão digital, os sites e blogs comunitários enfim todo o aparato tecnológico em prol das necessidades de comunidade e dos jornalistas.