segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Camelô de Letras


Cordelista Manoel Monteiro
 Por Skarllety Fernandes
Manoel Monteiro da Silva, 73 anos, paraibano por opção, poeta e cordelista por vocação. Aos sete anos de idade conheceu o cordel e se encantou com aquela pessoa que ganhava dinheiro ao ler e vender histórias nas feiras do interior de Pernambuco, aos 16 anos escreveu seu primeiro folheto e veio tentar a vida em Campina Grande, cidade esta que lhe atraiu por saber que existiam feiras todo dia e lugar para multiplicação de suas histórias.
Para o poeta, a poesia faz parte do homem e considera que nasceu poeta, apesar de ter o ensino fundamental completo, não ter passado pela academia , é autodidata e hoje ocupa um lugar na Academia Brasileira de Cordel.
No começo, os seus cordéis eram produzidos com o intuito de vender, com títulos e histórias que prende o leitor, a exemplo de “Os Quatro poemas de corno”. Hoje, os temas abordados continuam variados, mas com outra finalidade: a de levar informação  conscientizar com seus versos em sextilhas. “Hoje só escrevo se o assunto for correto.”
Quando se fala em preservar a tradição, o poeta Manoel é enfático ao falar que não concorda. “Para que complicarmos na produção de impressão de cordéis que nos possibilita hoje imprimir com desenhos, ao invés de xilografias. O que importa é a qualidade do texto em um cordel.”
Ele concorda e usa as novas tecnologias para o aprimoramento na produção de sua obra. “O cordel é um livro atípico que se publica sem editora, é paradidático. Uma algema indolor é invisível que prende os leitores.”
O Ministério da Educação e Cultura adotou os cordéis de Manoel passarão a fazer parte do programa do MEC a partir de 2011. O cordel do poeta já se tornou um livro ilustrado e publicado pela editora FTD, a história do Gato de Botas, passeia pelas mãos das crianças brasileiras a partir dos versos criados pelo cordelista.
A paixão por Campina Grande desse pernambucano da cidade de Bezerros, já registrado pelos seus cordéis, lhe renderá o Título de Cidadania Campinense, oferecido pela Câmara Municipal de Campina Grande.
Criatividade, humildade, liberdade e intelectualidade, valores defendidos por esse artista popular brasileiro que acredita na força das palavras para preservar a cultura de nosso povo.

Um comentário:

  1. Ao blog,
    sugiro que façam uma matéria com a professora Helvia Callou, também cordelista que trabalha temas politicos de uma forma inteiramente critica.

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